Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba / AEAS
Equipe de projeto: Alexandre Kenji Okabaiasse, Vitor Jun Takahashi, Daniela Moro, Beatriz Dutra
Localização: Sorocaba, SP – Brasil
Área: 3.120 m²
Ano: 2019
Estabelecer um conjunto qualificado por um sistema de espaços livres, dotado de racionalidade construtiva, áreas internas flexíveis e com relevante presença na paisagem da cidade, são intenções que norteiam a proposta da Nova Sede da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba.
Através de uma ocupação assertiva, a proposta visa uma resposta clara e coerente na sequência de faseamento de todo o conjunto, partindo de uma primeira etapa coesa, que articule de imediato toda a extensão do terreno. O conjunto final é dotado de acessos independentes, considerando as condicionantes das edificações de entorno no posicionamento de cada etapa. A implantação busca respeitar o perfil natural da topografia e tirar proveito visual de sua localização em relação à paisagem urbana do centro de Sorocaba.
Em virtude do incentivo de coeficiente de aproveitamento proporcionado pelo Plano Diretor de Sorocaba para terrenos localizados adjacentes ao Corredor de Circulação Rápida, os estacionamentos foram posicionados no subsolo e objetivou-se uma ocupação compacta do Edifício Sede, visando ampliar a área construída das futuras torres de uso misto.
A interface entre cidade e instituição, é intermediada pela praça cívica, enaltecendo desde o seu acesso o valor representativo que a Associação demonstra para seus profissionais-sócios. Um segundo espaço livre é configurado pela praça interna do conjunto, cujo vazio libera a fachada nordeste da sede, qualificando os espaços de trabalho com insolação apropriada e gera um microclima agradável para todo o conjunto. Esses dois espaços livres, conectados por um eixo transversal que atravessa o edifício-sede, atuam de modo a ativar diferentes porções de terreno, da futura construção de torres, para serem usufruídos desde a primeira etapa de construção e sugerindo possíveis conexões com as edificações de uso misto. O sistema de espaços livres é complementado pela praça acima do volume do auditório, configurando-se como um mirante para a região central da cidade.
O edifício-sede abriga as atividades públicas no térreo e primeiro pavimento, conectados visualmente através da área de recepção de pé-direito duplo, localizada no eixo principal organizador de acesso. Resguarda-se assim, o segundo pavimento para as áreas de trabalho dos funcionários da associação e conselhos profissionais. De modo a viabilizar futuras modificações internas, as áreas de serviço são concentradas em porção lateral do edifício, conferindo flexibilidade para as áreas de trabalho.
O auditório, dimensionado com escala compatível ao edifício-sede, possui estacionamento próprio e pode ser acessado de maneira independente à sede, através do eixo principal. Visitantes são recepcionados pela praça interna do conjunto, próximo ao foyer e café.
Parte-se de um sistema construtivo racional misto, que equilibre arrojo estrutural e viabilidade econômica/financeira, aproveitando as vantagens construtivas de cada material para beneficiar a qualidade dos espaços e promover uma obra ágil. Com isso, duas treliças metálicas vencem o maior vão do edifício e apoiam-se em elementos de concreto, de modo a liberar os pavimentos de trabalho de apoios estruturais. Com lógica construtiva semelhante, o auditório é formado por um embasamento de concreto para a área de estacionamento, onde apoia-se uma leve estrutura metálica para a área de auditório.
Elementos metálicos de proteção solar recobrem as principais fachadas do edifício, a nordeste e sudoeste, favorecendo a adoção de iluminação e ventilação naturais nos ambientes. Acresce ao conjunto a utilização de cobertura verde que amplia a inércia térmica do edifício e o sistema de captação e reuso da água de chuva.